quarta-feira, 6 de abril de 2016

- brinquedos surpresa.

Nunca consegui explicar a ninguém o vazio que é a minha vida. Acontece sempre algo diferente todos os dias, quando queres criar uma rotina nunca podes e depois és tu. Tu que não me pertences, que não me és nada mas queres tudo de mim. Tu que me dás atenção mas não queres que saibam que existe de facto um «nós» e que achas que um termo americano nos descreve na perfeição. Não vês e não te apercebes que é comigo que te perdes e te encontras, é comigo com quem te abres e falas de tudo. Sou eu a quem ligas quando mais precisas, seja de apoio ou de companhia.Tu não vês que quanto mais amigos somos mais nos vamos magoar, que quanto mais presente estamos na vida um do outro mais vamos sentir falta.
Eventualmente, vais desaparecer ou eu vou me fartar desta corda-bamba constante em que eu própria me coloco ao concordar com os teus termos. Acontece sempre tudo tão igual, um dia vou-me revoltar e digo que não te quero, ou o contrário até, que te quero a cada dia mais, não importa pois a tua reacção vai ser sempre a mesma, seja qual for a situação: «desculpa para mim não dá, mas atenção vamos sempre ser muito amigos!». Posso-te até já avisar que não vai acontecer, num de nós vai querer manter o outro na sua vida, muito menos ao inicio, és a unica pessoa que ainda não viu isso e tenho pena, pena não de ti e muito menos de mim, mas de não conseguir acertar nunca. Vai ser sempre assim, um arrepio na espinha a cada nova oportunidade, mas a desilusão de ser sempre só «muito amiga» para qualquer coisa, de ser boa de mais para todos vocês.
Honestamente, torna-se ridiculo, se pensar bem é só ridiculo mesmo. Uma pessoa devia ficar feliz por encontrar tudo numa pessoa e não ter medo, agarrar nessa pessoa e mostrar-lhe o que ela vale, dar-lhe o que nunca quis dar a ninguém e aproveitar o facto de ela ser boa demais, para a ter para si,
O medo é tão grande assim? Ou já é covardia?
Nem uma nem outra, sabem? São tudo palavras soltas, falsas promessas e esperanças, é como quem diz que só te quer enquanto fores minimamente um objecto novo mas tão descartável como um bonequinho qualquer que se ganha numa surpresa, até o esquecermos, até o perdermos e nunca mais nos lembrarmos que um dia aquilo foi o melhor do mundo mesmo que por uns meros segundos.
A próxima vai ser melhor para ti, vai te dar menos que eu mas para ti será perfeita, são sempre.
Para mim? A linha acaba aqui, não vou cometer mais este erro, acabou.

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